sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Bisbilhotices

Estavam a viver-se momentos de profundo recolhimento.
A sala apresentava-se composta no seu recheio com eles e elas sentados em assentos que deveriam ser fofos.
O momento, solene, convidava ao silêncio profundo e cada um, recolhido dentro de si próprio, deveria orar ou, talvez, fazer o seu Acto de Contrição. O Rosário ornamentava as mãos que seguravam o Livro.
Dentro de momentos iria começar a cerimónia.

Uns sapatos ouvem-se sonantes no seu percurso para a assembleia.
As cadeiras não conseguem segurar os volumes que as ocupam e, como obedecendo a uma só voz, voltam-se para trás numa curiosidade despropositada e imprópria para o momento que está a decorrer.


É só alguém que entra para se juntar aos participantes.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

As Corujas

Durante o dia, o adro da igreja servia de palco às mil brincadeiras dos pardais.

Num corre-corre desordenado, as pernas movimentavam-se em saltos e correrias assim como as asas se agitavam em volteios graciosos para cima e para baixo, para a frente e para trás riscando o ar em figuras abstratas e invisíveis.
Os rapazes da Vila sabiam manter uma convivência perfeita com as aves frequentadoras daquele espaço.

Os dias de verão são longos mas as horas eram poucas para tanta brincadeira impossível de ser vivida e convivida nas grande cidades de onde muitos rapazes vinham para passar férias.

Depois do jantar e nas noites menos enluaradas, era a vez das aves noturnas aparecerem e jogar-se "a prova da coragem".
Os rapazes mais novos e, talvez por isso, mais medrosos, eram desafiados pelos mais velhos a passar em andamento normal, sem correrias, junto à janela da sacristia.

Acontece que uma coruja de grandes olhos negros tinha lá o seu poiso.

Quando o pretendente a valentão se aproximava, era o pássaro que se assustava e fugia para a árvore mais próxima, riscando o ar num vôo lento e silencioso.

A menina ia com o irmão assistir àquelas provas de coragem.
Ela também tinha medo da coruja da sacristia com aquele bico adunco e uma cabeça bem diferente das aves diurnas que esvoaçavam alegremente quando se aproximava.

Hoje, já mulher, continua a assustar-se com as corujas da sacristia.

Ainda esvoaçam muitas por aí.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Pitósporo

O Jardim ainda vai oferecendo algum colorido neste final de Outono.


O eclodir dos frutos dos pitósporos deixa ver através do verde da sua folhagem um vermelho brilhante como se fossem luzinhas a tremeluzir nos pinheiros de Natal.


O Jardim prepara-se também, para receber o frio que se avizinha e poder renovar-se na primavera seguinte.
Há que limpar as ervas daninhas, cortar os arbustos que cresceram mal formados, aparar as sebes.
Poderei, então, aguardar pela vinda do inverno.

sábado, 21 de novembro de 2009

PRENDAS II

Estamos a pensar nas ofertas de Natal.


Não vamos deixar para o último dia a compra daquele presentinho especial que, sem ser muito caro, é bonitinho e faria sorrir alguém que nós conhecemos e que adora coisas originais.


Nos próximos dias 28 e 29, convido-vos a visitarem Albufeira que agora está mais sossegada do que no verão.
Embora a chuva esteja a fazer imensa falta, vamos aguardar que nesses dias possamos andar de cabeça descoberta e gozar as delicias dum passeio por aquela localidade que já foi de pescadores e agora vive de e para o turismo.


Assim, a pedido da Rita e da Silvia, convido-vos a irem até lá e, porque não, a dançar um pouco?

Em nome delas e também de todas as artesãs lá presentes agradeço a visita e os euros gastos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

TRABALHO!

imagem da net

Plantar abóboras, feijão verde, pimentos verdes, azuis ou vermelhos, também viçosos tomateiros, abóboras e beringelas que me darão, passados alguns dias, lindos frutos; semear trigo, arroz e milho.

Comprar laranjeiras, macieiras, bananeiras e outras eiras cujos frutos terão de ser colhidos dentro de um determinado calendário faz parte da minha vida de Farmer Woman, além de ter de tratar do gato, das cabras, das ovelhas, dos cavalos, dos porcos e dos patos.


Não pensem que a minha vida é aborrecida ou que me sinto saloia ou que, talvez, as mãos se apresentem grosseiras. Nada disso.Tenho sim, além de ganhar alguns coins, tarefas que me ocupam demasiado tempo, pois, também, há os meus vizinhos para ajudar na apanha das folhas e na enxota dos corvos e das raposas e na fertilização os canteiros.


Com estes deveres agrícolas, pouco tempo me resta disponível para blogar, como calculam.


Já tive vontade de vender a quinta mas, agora que adquiri um pequeno lago, tractores, ceifeiras, bicicletas e até um barbeque e uma tartaruga, há uma pressão familiar para continuar e estou num impasse sem saber o que fazer.



Também me lembrei de pedir a vossa colaboração e lançar na net, onde tudo é debatido, um Forum intitulado:



Quem quer ser meu vizinho na FarmVille?


Ficaria a conhecer a vossa opinião e saberia se vale ou não a pena continuar a trabalhar a terra.

Aguardo os vossos comentários.


Ah! Também me encontram, de vez em quando com alguns amigos, à mesa do FaceBook.

sábado, 24 de outubro de 2009

Fotodicionário

A palavra indicada para esta semana no PPP foi OBSCURIDADE .

Uma palavra que se presta a muitas interpretações e assim mesmo ela foi apresentada.
Desde as vidas obscuras de muita gente anónima à obscuridade duma noite negra, tudo foi lembrado/fotografado como símbolo deste sentir.



Para a minha contribuição, encontrei nesta tela de Cristopher Wool, o verdadeiro significado da palavra.
Olho, reolho e o meu espírito fica numa obscuridade total por não conseguir entender o pensamento do artista.
Mas gosto de a olhar.

Idealizo.

Fantasio.

Compartilho convosco esse prazer.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Moura

Mais um ano de convívio e camaradagem para quem se inscreveu no Centro de Estudos de Lagos.

Ainda no mesmo local - Centro Cultural de Lagos - iremos ouvir e partilhar experiências, lembrar factos passados, mas principalmente aprender uns com os outros numa sã e agradável camaradagem entre "jovens" sempre desejosos de não se deixarem ultrapassar por esta vida veloz que quase nos deixa sem fôlego.


Os filhos, os netos muitas vezes utilizam termos nas suas conversações que desconhecemos. Queremos estar em dia com os novos vocábulos, embora, muitos deles, depois não os apliquemos; nas nossas movimentações bancárias é bom que saibamos o que é o "spread"; nos nossos contactos virtuais, o que é o "facebook" ou o "twitter" ; queremos mostrar aos nossos amigos ràpidamente e com um simples click, fotografias de locais e de gentes por onde passámos.

As fotos(com uma péssima qualidade) que aqui vos mostro fi-las durante o último passeio efectuado, em grupo, a Moura.

Visitámos a quinta de reprodução de avestruzes onde almoçámos e, na Casa Agricola tinhamos a simpatia alentejana a receber-nos. Um grupo de senhoras, colegas das mesmas andanças estudantis, mimou-nos com um lanche e com os seus cantares.


Recordo os momentos agradáveis que lá passámos e a todos expresso o meu/nosso agradecimento.






domingo, 11 de outubro de 2009

MATERNIDADE

A palavra escolhida para esta semana no fotodicionário, onde colaboro, foi Maternidade.

Várias foram as sensibilidades e várias foram as maternidades fotografadas.

Desde um trabalho de Botero, à lua prenha de luz, passando pela imagem ternurenta duma gata a amamentar há, realmente, diversas interpretações/mostragem para a MATERNIDADE.

Esta foi a minha colaboração.

Creio que o enlevo maternal expresso no rosto da jovem, assim como a satisfação do bebé aconchegado nos seus braços personificam bem a maternidade, pois ela é isso mesmo: amor e segurança.

Façam uma visita ao PPP, admirem as fotos e comentem.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"GOSTASTES????"

Todos os dias, de manhã , de tarde, não importa se faz sol ou nevoeiro, o Jardim é abanado pelos sons "musicais" da campanha eleitoral.
Música da esquerda, música da direita, a rua enche-se de sons não habituais que perturbam os habitantes do Jardim.
Já não ouço as rolas nem os pardais; os melros também silenciaram o seu cantar e até o canário da vizinha fica mudo e quedo com tanto chinfrim.
Não está nas minhas pretensões prosar sobre o assunto mas, não quero deixar de aqui citar um espaço com algumas citações interessantes sobre este e outros "casos actuais".

sábado, 26 de setembro de 2009

Como espuma de sabão

foto da net.Escultura de Beatriz Cunha
De Sophia de Mello Breyner Andresen " A Menina do Mar":

"Em Setembro veio o equinócio. Vieram as marés vivas, ventanias, nevoeiros, chuvas, temporais. As marés altas varriam a praia e subiam até à duna. Certa noite, as ondas gritaram tanto, uivaram tanto bateram e quebraram-se com tanta força na praia que, no seu quarto caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem dormir.

.....Mas por fim, cansado de escutar, adormeceu embalado pelo temporal."

Mas, aqui, no barlavento algarvio, o nosso Setembro continua calmo sem bravuras nem bravatas.

Tal como espuma de sabão escorregando por entre dedos molhados, assim o fim do verão se vai desfazendo por entre dias mornos e calmos.

Os abraços deste Sol cheio de luminosidade escandecente convidam-nos a que continuemos as nossas interrompidas conversas, sem fim nem nexo, enquanto nos passeamos por sobre as areias molhadas duma qualquer praia já semi-abandonada.


foto Benó

domingo, 20 de setembro de 2009

O mesmo modelo

O leixão da praia do Tonel foi o que escolhi para o PPP desta semana. Não deixem de dar uma espreitadela pois há fotos com muita qualidade e imaginação.

Aqui, o mesmo leixão visto de outro angulo. Sem o aspecto de cágado ou tartaruga, ou de outro qualquer animal que a nossa imaginação queira criar.
.


O mesmo leixão num dia de tempestade.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Renovação

O verão convida à praia, ao convivio, às longas e banais conversas mantidas sob o manto estrelado deste lindo céu do sul.
Nos primeiros dias de Junho, começa a Vila a agitar-se com a chegada dos turistas vindos de outros países desejosos de descobrir um Allgarve diferente.
A pé, de bicicleta, de automóvel ou caravana eles inundam as nossas isoladas e pacatas praias "familiares". Querem encher-se de sol e iodo, e voltar sempre, todos os anos, usufruindo do calor deste astro rei que é REI na nossa terra bem colocada na ponta mais ocidental desta velha Europa.
Agosto é um "stress" para todos nós, acostumados ao sossego e pacatez deste nosso cantinho.

É, então, a invasão pelos nossos compatriotas que abandonam, por alguns dias, as fábricas, os escritórios, enfim, os locais onde fazem alguma coisa para pôr o pão na mesa. É vê-los chegar cansados, zangados com tudo e com todos, exigentes e implicativos, fartos da poluição, das refeições tomadas apressadamente de pé encostados ao balcão de um qualquer "snack", surdos aos pedidos das suas crianças, cegos perante as belezas escondidas nos caminhos dos seus percursos.

Chegam para carregar baterias.

O bulício do verão está a entrar em agonia; já se ouvem as despedidas.

Em breve, poderei voltar a assistir aos lindos pores-de-sol sentada nas rochas, naquele silêncio meditativo em que gosto de mergulhar nos momentos mágicos.

domingo, 23 de agosto de 2009

PLAYTIME

O Jardim é composto por árvores, arbustos, ervas, algumas daninhas, outras necessárias, flores de diversos matizes já totalmente desabrochadas, várias ainda em botão a esforçarem-se por se manterem frescas e viçosas neste verão quente, umas perfumadas, outras não tanto....

As árvores estendem os seus ramos, uns para mais longe, outros para mais perto e ao tocarem a terra propícia ao seu desenvolvimento, enraízam, criam força, tornam-se árvores independentes da árvore-mãe e oferecem a sua própria sombra e enchem-se de frutos.

Fui ver uma dessas árvores, beneficiar das delicias da sua sombra e encher-me do doce aroma dos seus frutos.

Para que a colheita não seja feita antes do tempo e muito menos por mãos alheias, é necessário que, por perto, sempre presente, esteja um guarda que imponha respeito, que atemorize com o seu ar carrancudo mas que, também, saiba receber quem vai por bem.


Depois, já retemperada com a sede saciada e de ter provado as guloseimas que me foram oferecidas, fui a outra paisagem desfrutar de "PLAYTIME". Foi no Convento do Espirito Santo, na sua Galeria de Arte, em Loulé.

Naquela tarde, ao deixar a rua quente e ensolarada e ao entrar na Galeria onde Joana de Vasconcelos expunha, os olhos encheram-se-me de colorido e senti-me transportada para um espaço alegre, bizarro e onírico.

Só, no meio duma sala de paredes brancas, eis o "PIANO DENTELLE".

Fechei os olhos e ouvi os sons que aquele croché me transmitia do piano sem pianista

sábado, 1 de agosto de 2009

AO SOL

O Sol, meu companheiro de despertar, beija, 360 dias por ano, esta terra onde habito .



O oceano é o seu berço e, muitas vezes quando acorda, vem um pouco envergonhado, dar-me os bons dias ficando de olho aberto-olho fechado a ver-me espreguiçar.
Depois, já mais desperto, os seus braços quentes e fortes brincam comigo enquanto deambulo no meu cumprimento matinal às flores do meu espaço.

Aquece-me, abraça-me, protege-me, oferece vida às plantas, colorido ao jardim e o seu calor é o conforto preciso nas horas mais frias dos meus invernos.
Dá ao meu rosto, por onde muitos sóis já passaram, a cor trigueira e saudável das mulheres do sul mas, também me oferece a calma frescura do pátio sombreado onde brincamos às escondidas e onde me sento e sonho nas horas vazias do dia-a-dia.


No entanto, é naqueles momentos especiais, rápidos e curtos da hora da despedida, quando bem vermelho mergulha neste oceano que me rodeia para ir aquecer o outro lado do mundo, que eu mais aprecio a sua beleza.

Durante breves instantes posso admirar por sobre os telhados, nas copas das árvores, batendo e entrando pelas vidraças das janelas, os quentes matizes do ocre/amarelo/vermelho do seu rosto ao partir, num lindo espectáculo de cores e encandeamento neste Jardim d'abrolhos.

sábado, 18 de julho de 2009

COMERCIO

A Av.Comandante Matoso, a artéria principal desta Vila, está mais bonita.

Abriram as suas portas ao público três novos estabelecimentos comerciais que oferecem à nossa terra os serviços que faltavam.

O atendimento simpático, solicito e sorridente oferecido por jovens sagrenses, nestes espaços cheios de côr e de artigos tão diversos, certamente, proporcionará ao turista a vontade de regressar a este cantinho calmo e sossegado, tão diferente do restante algarve.

Nós, os habitantes desta bonita vila, sentimo-nos orgulhosos por saber que, desde uma simples aspirina, à "saída de praia" ou ao mais caro vinho, tudo poderá ser encontrado aqui, no comércio desta avenida por onde o trânsito circula sem filas e sem "stress" para estacionamento.

O Infante no seu pedestal, convida-vos a uma estadia nesta sua terra onde a simpatia de quem recebe é superior à temperatura das suas águas.
com imagens de Benó



quinta-feira, 2 de julho de 2009

Loandreiros

Nos meses de inverno, o chão das terras algarvias cobre-se com o branco das amendoeiras floridas e depois o vermelho desta terra quente torna-se branco com a frescura leve e singela das pétalas que esvoaçam das flores que se tornarão fruto. Fruto este que, segundo o ditado popular "pelo S.João coalha a amêndoa e nasce o pinhão", aqui, na minha zona, estará pronto para ser colhido pelo final deste mês.
No entanto, nestes meses mais quentes, a princesinha do norte poderia continuar a ver, da janela do seu palácio, a brancura dos loandreiros carregados de níveas flores e os chãos atapetados pelas pétalas que as doces brisas se encarregam de espalhar pelos longos caminhos desta terra.






segunda-feira, 29 de junho de 2009

PAPOILAS

O verão chegou e, lògicamente, viria todo afogueado, as faces rubras, de leque na mão para se dar ares. Deveria tomar refrescos e andar de biquini mas...... isso não aconteceu.

Chove, troveja e a minha cabeça estala com a pressão que está no ar.

Os malmequeres e as lindas papoilas vermelhas murcharam e a terra está seca e pronta para ser lavrada e receber os benéficos raios de sol que a alimentarão para as novas sementeiras.



"Papoilas" de Monet, tirado da net

A Judite Pitta, sem querer ser Monet, também imortalizou esta plantinha de vida tão curta mas duma beleza tão quente e singela, pintando este lindo lenço.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

YUCCA


São duas manas vaidosas na sua brancura, gémeas no nascimento da mesma mãe.

O seu vértice aponta para as alturas obrigando-nos a levantar os olhos para o azul sem fim deste céu algarvio.

As yuccas do meu jardim são as "torres gémeas" do meu espaço verde.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O NAVEGADOR




Ele voltou e desta vez para ficar.

A sua presença era desejada nesta terra onde ele sonhou, meditou e rezou.

Numa cerimónia oficial, onde se ouviram os cantares dos grupos corais do concelho, com guarda de honra feita por cavaleiros e se tiraram muitas fotografias, honrou-se e homenageou-se aquele que foi o expoente máximo da era das grandes aventuras marítimas dos portugueses - o INFANTE D.HENRIQUE.


Como Fernando Pessoa nos disse:

"Deus quer, o homem sonha e a obra nasce..."


Por isso, depois de se querer e de se sonhar, a obra nasceu e o nosso jardim, depois de muitos anos de espera, recebeu enfim a estátua do Navegador.

Aquela figura de bronze a apontar para as terras de África, na obra do escultor Augusto Cid veio tornar a nossa terra mais digna de ser A Terra do Infante.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

DUAS ROSAS





O mês de Maio, o chamado mês das rosas já terminou, mas Junho continua com temperaturas óptimas para as nossas roseiras florirem e continuarem a oferecer-nos a beleza das suas flores nos seus mais diversos matises.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

ROSAS

Nasceu timidamente. Abriu-se ao sol. Encheu-se de côr e até corou de felicidade por ser a primeira.


Tornou-se rosa rosada.



São asssim as filhas desta mãe. Três belezas cada uma da sua côr.

terça-feira, 26 de maio de 2009

AGAPANTOS



Os lindos tufos de agapantos quase prontos para oferecer a beleza das suas flores azuis e brancas.


São fáceis de cuidar, rapidamente enchem um canteiro e na primavera e no outono estão assim:

sábado, 16 de maio de 2009

Janelas

Muitas foram as JANELAS abertas, fechadas, semi-cerradas que esta semana ilustraram o PPP.

Gostaria de ter mandado muitas mais, além da que enviei.

Deixo-vos com algumas que seleccionei:

da janela do avião, tive a felicidad de admirar esta linda aurora.

das janelas de um barco, -vigias- temos uma visão pequenina, dá-nos a ideia de que estamos a espreitar por dois buraquinhos

estas são janelas da igreja de Sagres

e estas são as janelas duma catedral.

É só para comparar a infinidade de janelas duma catedral com as duma igreja que, também sendo actual, possui muito poucas janelas.

Vou deixar-vos com uma quadra do Fernando Pinto Ribeiro:

"as meninas dos meus olhos

julgo vê-las espreitar

às JANELAS dos teus olhos

abertas de par em par."

quarta-feira, 6 de maio de 2009

QUIM



Menino!!
Venha limpar o nariz!!!
Sempre de FAROL aceso, esta criança!

Na altura das favas, pela chegada da primavera, era certo e sabido que o Quim andava sempre de ranho à bica e, que de volta e meia, limpava o nariz à manga do bibe AZUL, o que irritava a velha Maria.

Quim gostava de comer favas verdes, cruas e isso provocava uma limpeza tão grande na caixa brônquica que, aquelas secreções esverdeadas e pastosas, estavam sempre a assomar por aqueles dois buraquinhos que se encontravam na sua cara, imediatamente acima da boca gulosa de favas.

Ao entardecer, pelo imenso pátio empedrado, onde se situavam as baias dos cavalos, estes entravam produzindo com os seus cascos, um barulho cavo, semelhante àquele MAR em TEMPESTADE que ele tanto gostava de ver.
No fim do dia, depois das brincadeiras, o Quim sentava-se no poial da cavalariça, ERODIDO pelo pisar constante das botas cardadas de várias gerações de almocreves, e olhava o CÉU, enquanto comia uma fatia de pão barrada com banha cor-de-rosa feita pela Maria, na última matança de porco.
Apesar da sua tenra idade, gostava de COMUNGAR de toda aquela vivência das gentes do campo e identificava-se perfeitamente com os seus hábitos.

Nss seus sonhos de criança, numa FUSÃO de inocência e DISTANCIAMENTO da realidade, havia aquele desejo AVASSALADOR de querer ser pastor.
Andar por montes e vales a guardar as suas ovelhas, a atirar pedras à ribeira, onde os animais iam beber, antes do regresso ao redil, naquela hora AMORTECIDA das trindades, correr e saltar, apanhar rãs e armar aos pássaros.

O Quim gostava de favas tenras mas, naquele dia do seu aniversário que iria coincidir com o domingo de Páscoa, o seu almoço seria borrego guisado com batatas, cozinhado num IMENSO tacho, para toda a família que viria também, para celebrar a ressureição de Jesus.

As férias estavam a terminar e o Quim voltaria para o colégio na cidade, onde não havia vacas nem porcos, nem céu estrelado, nem a Maria para lhe limpar o nariz.

O Quim iria ter saudades.


Este texto foi escrito para o 13ºjogo das 12 palavras. Para comemorar o 1º aniversário deste passatempo foram utilizadas as mesmas palavras (aqui escritas em maiúsculas) do 1º jogo. Dado que o grande impulsionador desta aventura, de que resultou um livro colectivo -22 OLHARES SOBRE 12 PALAVRAS, editado pela Edium, se encontra ausente e doente, o que o impossibilita de dar seguimento a esta "brincadeira", resolvi publicar o meu conto, depois de lhe ter comunicado esta minha decisão.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DENSIDADES

Com a sensibilidade de diversos olhares, vários foram os sentires para a palavra DENSIDADE, da FotoDicionário desta semana.


Sagres, caminho da Lagoa Garcia, junto ao Perímetro Florestral
Este foi aquele que enviei.
Mais uma panorâmica desta terra por onde me passeio e que me oferece o belo sol algarvio e o mar... imprescendível no meu viver.

Observem também todas as densidades que colaboraram no PPP.
Estas são as que ficaram na "gaveta", cada uma com a sua própria densidade.
Coimbra e a sua feira de antiguidades com a densidade dos seus feirantes.
Sagres acolhe os motares para a benção duma forte densidade de capacetes.
Cordoama e a densidade da sua beleza ao entardecer.
fotos de BENÓ