terça-feira, 25 de outubro de 2011

Visitas outonais



O vento já tinha ido embora numa despedida silenciosa.

A escuridão no jardim abraçara-se ao sossego e as flores há muito que tinham adormecido no aconchego da terra ainda quente dos raios do sol que há muito partira num cruzeiro de algumas horas.
Ainda acordada, fui repentinamente avisada de que um intruso estava na relva. O meu fiel canídeo ladrava, ladrava, avisando duma presença indesejável nos seus domínios.
É outono e estas visitas silenciosas e espinhosas acontecem com frequência para desatino dos meus sentinelas.
Para que novamente as palmeiras possam dormir, as minhocas programarem a próxima escavação e o sossego reinstalar-se, é preciso que o intruso seja afastado. Assim foi feito com delicadeza e um balde.
Até à próxima visita.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A figueira

Outono, outubro, amêndoas, nozes, batata doce, cheiro a mosto.
A figueira já se despiu, assim como a maior parte das árvores do pomar. Os seus braços semi nus erguem-se aos céus numa prece muda para que a chuva não tarde.
Um figo aqui e ali, uma ou outra folha mais apegada à mãe, está assim a figueira, retrato fiel dum outono que fez um casamento perfeito com o verão.
Até quando durará esta união em que um é totalmente superior ao outro?

Por enquanto, vão-se entendendo e o calor vai tendo superioridade mas, parece-me que o frio e as chuvas não tardarão e depois, os céus chorarão, as ruas ficarão alagadas, as praias desertas e a figueira perderá por completo as suas folhas que atapetarão a terra sequiosa de água e nutrientes.


O verão partirá numa despedida rápida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amarilis

O vaso de amarilis outonal Aqui, em grande plano.

Este ano foi assim. Ofereceram-me as suas lindas flores que encheram de colorido um simples vaso.