sexta-feira, 29 de maio de 2009

ROSAS

Nasceu timidamente. Abriu-se ao sol. Encheu-se de côr e até corou de felicidade por ser a primeira.


Tornou-se rosa rosada.



São asssim as filhas desta mãe. Três belezas cada uma da sua côr.

terça-feira, 26 de maio de 2009

AGAPANTOS



Os lindos tufos de agapantos quase prontos para oferecer a beleza das suas flores azuis e brancas.


São fáceis de cuidar, rapidamente enchem um canteiro e na primavera e no outono estão assim:

sábado, 16 de maio de 2009

Janelas

Muitas foram as JANELAS abertas, fechadas, semi-cerradas que esta semana ilustraram o PPP.

Gostaria de ter mandado muitas mais, além da que enviei.

Deixo-vos com algumas que seleccionei:

da janela do avião, tive a felicidad de admirar esta linda aurora.

das janelas de um barco, -vigias- temos uma visão pequenina, dá-nos a ideia de que estamos a espreitar por dois buraquinhos

estas são janelas da igreja de Sagres

e estas são as janelas duma catedral.

É só para comparar a infinidade de janelas duma catedral com as duma igreja que, também sendo actual, possui muito poucas janelas.

Vou deixar-vos com uma quadra do Fernando Pinto Ribeiro:

"as meninas dos meus olhos

julgo vê-las espreitar

às JANELAS dos teus olhos

abertas de par em par."

quarta-feira, 6 de maio de 2009

QUIM



Menino!!
Venha limpar o nariz!!!
Sempre de FAROL aceso, esta criança!

Na altura das favas, pela chegada da primavera, era certo e sabido que o Quim andava sempre de ranho à bica e, que de volta e meia, limpava o nariz à manga do bibe AZUL, o que irritava a velha Maria.

Quim gostava de comer favas verdes, cruas e isso provocava uma limpeza tão grande na caixa brônquica que, aquelas secreções esverdeadas e pastosas, estavam sempre a assomar por aqueles dois buraquinhos que se encontravam na sua cara, imediatamente acima da boca gulosa de favas.

Ao entardecer, pelo imenso pátio empedrado, onde se situavam as baias dos cavalos, estes entravam produzindo com os seus cascos, um barulho cavo, semelhante àquele MAR em TEMPESTADE que ele tanto gostava de ver.
No fim do dia, depois das brincadeiras, o Quim sentava-se no poial da cavalariça, ERODIDO pelo pisar constante das botas cardadas de várias gerações de almocreves, e olhava o CÉU, enquanto comia uma fatia de pão barrada com banha cor-de-rosa feita pela Maria, na última matança de porco.
Apesar da sua tenra idade, gostava de COMUNGAR de toda aquela vivência das gentes do campo e identificava-se perfeitamente com os seus hábitos.

Nss seus sonhos de criança, numa FUSÃO de inocência e DISTANCIAMENTO da realidade, havia aquele desejo AVASSALADOR de querer ser pastor.
Andar por montes e vales a guardar as suas ovelhas, a atirar pedras à ribeira, onde os animais iam beber, antes do regresso ao redil, naquela hora AMORTECIDA das trindades, correr e saltar, apanhar rãs e armar aos pássaros.

O Quim gostava de favas tenras mas, naquele dia do seu aniversário que iria coincidir com o domingo de Páscoa, o seu almoço seria borrego guisado com batatas, cozinhado num IMENSO tacho, para toda a família que viria também, para celebrar a ressureição de Jesus.

As férias estavam a terminar e o Quim voltaria para o colégio na cidade, onde não havia vacas nem porcos, nem céu estrelado, nem a Maria para lhe limpar o nariz.

O Quim iria ter saudades.


Este texto foi escrito para o 13ºjogo das 12 palavras. Para comemorar o 1º aniversário deste passatempo foram utilizadas as mesmas palavras (aqui escritas em maiúsculas) do 1º jogo. Dado que o grande impulsionador desta aventura, de que resultou um livro colectivo -22 OLHARES SOBRE 12 PALAVRAS, editado pela Edium, se encontra ausente e doente, o que o impossibilita de dar seguimento a esta "brincadeira", resolvi publicar o meu conto, depois de lhe ter comunicado esta minha decisão.