sábado, 23 de fevereiro de 2013

Escadas





Escadas que se sobem.
Escadas que se descem.
Degrau a degrau, sem canseira nem cansaço,
passo a passo vais subindo a escada da vida.
Já paraste nalguns patamares na subida.
Meditaste. Sonhaste.
Olhaste em teu redor e às vezes desceste.
Prosseguiste, subindo, parando e olhando, corrigindo o caminhar ora mais rápido ora mais devagar.
Nesta longa subida que é a vida, no grande e último patamar, quando o relógio te impedir de prosseguir, poderás, então, descansar.
Os teus sonhos serão asas e voarás.
Haverá mais uma estrela no céu.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Nada encontrei




                                  



Num dia longo, sem fim, caminhei praia fora, enterrei os pés na areia, refresquei-os na água fria.
Procurei, chamei, mas só as ondas me respondiam no sossego daquela praia.
Andei. Fugia de mim para te encontrar.
O vento varreu as lembranças, os sonhos, as esperanças.
No deserto areal por onde passei nada deixei.
Nada encontrei.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O pote de barro

 
 





À beira da estrada, o pote de barro ouve a marulhada do Tonel, vê o sol mergulhar no azul do mar.
Olha as nuvens em corrida num corcel.
Vê os aviões, os carros, as bicicletas.
Passam por ele gaivotas, pardais e borboletas.
Ouve conversas de pescadores e caçadores.
Tudo isto sem sair do seu lugar,
O gordo pote de barro.