domingo, 27 de novembro de 2011

Descida pr'á Mareta.

Aqui começava a descida agora vedada pelas moitas, paus a servir de cancela e rede ovelheira.




O areal da Mareta à nossa espera, lá à frente, depois da corrida dos 100mts.



Quando crianças descíamos a ladeira, por um estreito carreiro irregular rasgado por regos cinzelados pelas chuvas dos invernos, faziamo-lo saltitando como num jogo de pé coxinho, ora à esquerda ora à direita.
Mais tarde, adolescentes, o mesmo percurso era feito de mão na mão, mais calmamente, pois as conversas obrigavam-nos a várias pausas para nos olharmos olhos nos olhos.
Quando a hora do regresso se impunha a subida era em modo rápido, com a ligeireza própria dos anos verdes que tínhamos e, sózinhos ou em grupo, queríamos sempre ser os primeiros a vencer a ladeira.
As crianças de agora já não descem por essa vertente. Foi-lhes negado o prazer de ir para a praia a correr e a saltar por um caminho natural onde se ouviam as cigarras e os grilos à desgarrada, onde se cheirava a esteva e rosmaninho.
Está vedado o acesso que há décadas usufruíamos, com rede e arames.

Limitemo-nos ao alcatroado.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Nuvens

Incendeiam-se. Correm. Cavalgam sobre montros já formados ou ajoelham aos pés de anjos imaginados.





Escurecem o céu tornando o dia em noite sem luz, são negras, medonhas.



Transparentes, douradas ou prateadas, cheias de água ou de cor são esguias e elegantes, caprichosas no deslizar.
São as nuvens passeando sobre o Jardim


Fotos e texto de Benó

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Só mais um




Quando o dia se despede, o sol brinca com os seus raios dourados nos corpos morenos das crianças, aqui no Jardim.


Há um calor doce no seu abraço de “até amanhã” mas, é o momento certo para mais um "só mais um avó".


O dia aquático ficou concluído com o melhor mergulho que teve a nota máxima.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

As pedras que hoje pisei





Hoje andei por aqui.

Pisei as pedras polidas, gastas,

Maltratadas, arrancadas,

Pela areia, pelo tempo, pelo mar.


Guardam segredos de amores e desamores.
Jurados, acabados.

Viram partir marinheiros,
Viram chegar caravelas.
De guerras conhecem os sons,
De santos os seus milagres.

Guardam o reflexo do sol
Abrigam deuses e monstros.

Estas são as pedras que hoje pisei,
Ao entardecer, junto ao mar.




Foto e texto de Benó