domingo, 20 de dezembro de 2015

Boas Festas


                                                                                                                   foto da net



A estação mais fria do ano tem o seu início este mês. Em paradoxo, os dias começam a ser maiores, tal como diz o ditado popular “Pelo Natal crescem o passo dum pardal”. Se é inverno, se os dias são cinzentos, frios, húmidos e as noites ainda mais compreende-se por que razão as horas diurnas prolongam-se e dão-nos uns momentos de mais claridade. “Janeiro fora uma hora e quem bem contar hora e meia há de achar.” É verdade e, no fim de Janeiro, já se nota alguma diferença na luz do dia.
Para amenizar essas agruras invernosas, promove-se festas, almoços, jantares entre colegas, entre amizades, oferece-se presentes, troca-se prendas de “amigos secretos”, há animação musical nas ruas. Grandes árvores de Natal cheias de luzes coloridas a piscar, Pais Natal gorduchos e barbudos sentados em grandes tronos oferecem o seu colo às crianças onde serão fotografadas, para mais tarde recordar. Os centros comerciais precisam destas atrações  para movimentar as caixas registadoras.

É o mês das doçuras, dos perdões, dos beijos e dos abraços retardados, do rever familiares que estavam longe ou mesmo que, estando perto, parecem estar longe tão longo é o tempo que estão sem se ver.

Deveria ser Natal todos os meses.
 
Festas Felizes para todos com as rosas do Jardim. Em Janeiro aqui nos encontraremos.
Até lá!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Baile



A música irrompe pela sala em alegres sons oferecidos pelo piano e pela flauta do conjunto musical escolhido para animar a matinée dançante naquele final de tarde.
Não há o fulgor das saias rodadas, dos vestidos feitos à medida, pela modista, especialmente, para levar ao baile, dos sapatos bem engraxados, dos fatos para eles que, coitados, transpiravam enfiados nas camisas “slim-line” de colarinhos engomados e de gravata a apertar o pescoço, dos, já longínquos, anos 60.
Hoje como ontem, aos primeiros acordes, nota-se uma certa demora na abertura do baile.
As damas são mais ousadas, têm mais à vontade e, normalmente, são elas quem primeiro pisa a pista numa dança a duas. Vencida a dificuldade de iniciar, rapidamente o espaço se enche com pares que mexem as ancas, rodopiam os corpos, erguem os braços, afastam-se para depois se enlaçarem e continuarem, freneticamente, ao som dos ritmos latino-americanos tão em moda actualmente e que os músicos atiram para o ar em altos decibéis.

Dança-se e aquece-se. As mãos transpiram e as respirações tornam-se um pouco ofegantes.
Os trajes de agora são informais e tanto elas como eles vestem “jeans” que até podem ter buracos, rasgões, estar coçadas, ter as bainhas puídas de tanto roçar no chão e calçam “ténis” de marca. Elas também se apresentam de sapatos rasos ou de grandes e altos saltos .

Pelas cadeiras colocadas junto às paredes sentam-se eles e sentam-se elas. Também podemos ver elas no colo deles ou eles no colo delas. Se o ritmo agrada, levantam-se, agarram-se, dançam de corpos colados ou afastados como se cada um estivesse sozinho, sem par.
Foi assim, numa tarde dançante num clube recreativo cheio de jovens de várias idades.


foto e texto de Benó



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Há rosas em Dezembro



Já se acenderam as lareiras.
Há dias de nevoeiro.

Há um manto cinzento que nos cobre, nos envolve, nos arrefece.
Muitos pensamentos nos afligem.
Muitas perguntas sem resposta nos atormentam.

A lenha a arder nos lares atira labaredas que são línguas vermelhas que se abraçam, sobem, largam faúlhas que são estrelas trazendo magia ao nosso olhar e nos mantêm presos ao seu encantamento.

Há muito frio apesar das lareiras acesas.
No fino areal das dunas ainda há corpos estendidos em perfeito prazer que se prolonga por brincadeiras nas frescas  águas do mar azul.

E ainda há rosas em Dezembro.

texto e foto de Benó