sábado, 31 de maio de 2014

Ondas na praia

 
 

 
 
 
Como cavalos selvagens a correr desenfreados num campo sem barreiras, as ondas cavalgam desordenadas em direcção ao areal. Abafam o leixão, mais à frente afogam os pequenos ilhéus agora desnudados e, espumosas numa raiva incontida estendem-se em grossas línguas sobre as pedras soltas que num vaivém rebolado emitem um queixume dorido e saudoso das areias finas e douradas que as cobriam.
 
fotos e texto de Benó

 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brinquedos



Nos dias que correm apressados, os pais veem-se confrontados com a falta de tempo para dedicar aos filhos, às suas brincadeiras, aos seus pequenos problemas. O simples ato de por a mesa, levantar os pratos é uma boa ocasião para se conversar, se rir, se inteirarem de como foi o dia de uns e de outros. Por de lado os jogos eletrónicos, brincarem mas não esquecendo, nunca, que além de companheiros de brincadeira, os filhos querem que os seus pais sejam PAIS para os aconselharem, os protegerem, os amarem acima de tudo.
Li a frase que ilustra a foto, algures por aí, e achei-a de uma pertinência atual que não resisti a publicá-la.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O portão verde

 
De setas apontadas às alturas existe um portão de ferro pintado de verde, cor da esperança, fechado, sem chave nem cadeado, nem trinco, nem aldraba.
 
 
 



Ornado de corações deixa ver o verde/amarelo das ervas que cobrem a terra castanha, matriz das sementes que eclodirão em breve, com a chegada dos primeiros calores que poderão entrar sem qualquer impedimento. Por ele e sobre ele, a chuva passa, entra e sai só ou acompanhada pelo vento seu companheiro nestes dias. Também as nuvens fazem-lhe um adeus rasante numa corrida louca empurradas pelos soprares eólicos ou em mansos passeios e devaneios exibindo as suas formas inconstantes e sensuais numa atrevida provocação feminina



 
É um portão de ferro pintado de verde, sem história mas com muitas histórias para contar de gentes passantes, visitas ocasionais,  jovens ou velhos que a ele se arrimam para um descanso das caminhadas ou dos anos que já pesam nas pernas de quem muito percorreu e viveu.
 
texto e fotos de Benó