quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Flores de Janeiro


Estas são as flores do meu Janeiro.
Sim, porque em Janeiro não há só rosas, também temos violetas, crocus, esterlicias, malvas brancas.
O próximo Fevereiro talvez não seja tão benemérito; aqui
costumam soprar uns ventos muito agrestes que queimam favas, ervilhas, batatas....
Veremos!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Um Passeio de Domingo

A manhã chegou sorridente e ensolarada, deixando para trás uma noite agradável deste Inverno tão cinzento.
Parecia não estar a ventania prevista pela meteorologia. E não estava.
Com o Sol já bem alto e desperto, quis ir até ao Cabo de S.Vicente, local dos deuses mas onde o vento tem a sua morada.
Aí, sim! A ventania soprava forte e para conseguir segurar a máquina fotográfica, fui obrigada a uma posição de pé à frente e outro atrás.
O mar estava picadinho, mas as vagas não pareciam os castelos alterosos de espuma que o vento fazia crer; talvez casinhas pequenas caiadas de branco que se desmoronavam com algum estrondo, no encontro com a falésia.

Já de regresso, parei para ver a praia de Beliche que fica numa enseada abrigada e protegida das ventanias pelo rochedo do Cabo. Aí, o areal era lambido por pequenas ondas dengosas, atrevidas mas sem imporem respeito; havia calmaria de Inverno.
sem comentários

Ainda, tive tempo para ver, como estão as muralhas em ruínas, do que foi o Forte de Beliche, com a capela de Sta.Catarina a desmoronar-se.



fotos de Benó


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mau Tempo








Pelo S.Vicente ou atrás ou à frente”

Nesta terra de mouras encantadas e onde se espera a vinda de D.Sebastião, num dia de nevoeiro, o Inverno é, normalmente, uma estação agradável com temperaturas amenas, sem vento e sem grandes oscilações térmicas. A temperatura mínina não desce muito e a máxima está quase sempre entre os 18 e os 15º C., o que não tem acontecido este ano.

O dia de S.Vicente, padroeiro do Concelho, é celebrado no dia 22 deste mês. Mas, dizem os antigos, que há sempre vendaval por estas datas.
Daí o ditado: “Pelo S.Vicente ou atrás ou à frente”.
No entanto, este ano, tem feito mau tempo, antes, durante e depois. A tradição já não é o que era.

O Farol do Cabo de S.Vicente está envolto em nevoeiro, mas não me parece que o D.Sebastião apareça e o mau tempo não me permite dar os meus longos passeios na esperança de ver as mouras encantadas.

Assim, vou captando algumas imagens dos terrenos ensopados por uma chuva miudinha que molha, é verdade, mas não chega para encher as barragens.

barragem da Bravura

sábado, 17 de janeiro de 2009

Vila do Bispo

quadro e foto de Benó


Agora que vai acontecer, é já dia 24, a X Mostra dos Artistas do Concelho de Vila do Bispo, quero apresentar-vos
um dos meus quadros feito sobre tela com trabalho em "découpage" mostrando algumas belezas desta terra do Infante.
Os trabalhos serão expostos por categorias e estarão patentes até Março.
Visitem o concelho que vale a pena, deliciem-se com as lindas praias, a sua paisagem agreste, com as delicias de uma caldeirada ou de um prato de percebes e vão ao Centro Cultural da Vila ver os trabalhos da nossa gente e onde poderão tomar um café.
Até lá!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Neste mês de Janeiro




Neste mês primeiro do ano, sou sempre presenteada pelas lindas flores vermelhas dos meus aloés, pelas amarelas dos narcisos e também pelo amarelo da erva azeda que embeleza espontaneamente todos os terrenos
Apesar do frio intenso que se tem feito sentir, mesmo aqui, nesta ponta do barlavento algarvio, as flores cumprem o seu ciclo vegetativo e dão-nos a singeleza das suas flores.
Não precisam de grandes cuidados nem de protecções especiais, somente que lhes dê um pouco de atenção retirando-lhe as ervas daninhas que muitas vezes aparecem da noite para o dia.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

As janeiras




Esta noite vieram cantar as Janeiras à minha porta.
Fui visitada por dois grupos. O primeiro era composto só por senhoras e o segundo também com senhoras mas acompanhado por um adolescente que tocava, e muito bem, uma flauta.
O frio fazia-se sentir mas com a alegria dos cantares até as cores embelezavam os rostos das cantadeiras. Gostei de ver e de ouvir.
Este mês era na época romana, o mês do deus Jano, o deus das portas e da entrada. Era-lhe pedido que afastasse das casas os espíritos maus sendo especialmente invocado no principio do ano. É um hábito pagão que, como tantos outros, o nosso povo adaptou dando-lhe também um cariz religioso.
Reúnem-se amigos e vão cantar de porta em porta, acompanhados ou não de instrumentos musicais como flauta, viola, pandeiretas, etc.
Terminada a canção numa casa, espera-se que os donos tragam as janeiras, que hoje em dia, é chocolates e dinheiro, mas também nozes e chouriço. No final de todas as visitas, comem o que angariaram e com o dinheiro, normalmente, fazem um almoço ou algum passeio.
Como não fiquei com a letra de nenhum grupo que me visitou. Deixo-vos com esta que retirei do “Livro de Menino Deus” de Aquilino Ribeiro.

Menina que está ao lume
Sentada no preguiceiro.
Corte lá uma chouriça
À vara do seu fumeiro.

A sua adega tem vinho;
De beber nos pode dar;
Tem porco na salgadeira,
Já não falta que trincar.

Levante-se daí, senhora,
Desse banquinho de prata;
Venha dar-nos as janeiras,
Que está um frio que mata.

Aos dois grupos que me visitaram os meus agradecimentos públicos.





domingo, 4 de janeiro de 2009

METAMORFOSE

metamorfose de Narciso por Salvador Dali

Sempre ao fim do dia, depois de horas extenuantes dum trabalho cansativo, havia encontros e REENCONTROS naquele quarto que agora se encontrava ILUMINADO pela luz cinzenta daquela tarde de Outono.
Aí, encontravam-se para descansar e conversar sobre banalidades, dois seres, sem história.
Libertavam a imaginação e, deixavam de ser, os profissionais sagazes e competentes, capazes de usar, com extrema habilidade, todas as CARTAs do seu baralho para, rapidamente, aniquilarem os seus adversários, para, passarem a ser, naquele espaço liberto de mentiras e veleidades, dois simples humanos.
Ali, sem fazer “bluff” ou usar de qualquer SOFISMA, abriam a sua alma, entregavam todo o seu jogo e, colocavam em cima da mesa, os seus mais puros sentimentos.
Havia uma MUDANÇA do real para a fantasia.
O PARALOGISMO usado nas conversas ajudava-os na metamorfose e fazia-os esquecer a parte mais negra da vida. Tranformava-os em libertos sonhadores que, falando sobre nada, viviam momentos de verdadeiro abandono às coisas térreas.Naquele dia, porém, o “PATRONO”, pedira para ser feita uma averiguação mais profunda ao caso a que chamaram “ORACULO”, a fim de ser possível DESVENDAR toda aquela cumplicidade do trama que tinham entre mãos já há algum tempo e cujo desfecho estava tão díficil de encontrar.
DECIDIDAMENTE, era obrigatório trabalhar a sério e deixar as quimeras para outra ocasião.


A ALVA manhã foi encontrá-los adormecidos sobre a mesa de trabalho, rodeados de papéis manuscritos, livros abertos, chávenas de café vazias e um sorriso de BONDADE no rosto de cada um.

Era bem visível que tinham encontrado a solução do problema em estudo mas, por fim, também o cansaço os tinha apanhado e vencido.

esta foi a minha participação no 9ºjogo das 12 palavras.

Poderão ler mais aqui

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O ADEUS



Acabaste os dias da tua existência. Desta vez tiveste a sorte de ter mais um dia do que o habitual….366 e, por isso, foste chamado de ano bissexto.
Quero agradecer-te por teres deixado que, ao longo da tua permanência, eu me mantivesse viva e forte, capaz de proporcionar aos meus familiares e amigos o bem-estar que eles merecem.
Obrigada por ao longo dos teus 366 dias, eu tivesse sido feliz por poder ouvir o mar, ver os campos, sentir o sol e a lua poder beijar a abraçar.
Eu te agradeço, por neste mundo e ao longo destes teus dias muitas crianças tivessem nascido, as flores eclodido, as árvores dado sombra, os barcos sulcado os oceanos e os aviões cruzado os ares.
Partiste, mas não sentirei saudades pois, também a tua existência foi palco de muitas guerras, muita fome, miséria e incompreensão entre os homens.
Com esta minha despedida, espero que o teu substituto, saiba tornar felizes todos os habitantes da Terra, não haja fome e que todas as crianças tenham lar.
Adeus 2008!