sábado, 26 de setembro de 2009

Como espuma de sabão

foto da net.Escultura de Beatriz Cunha
De Sophia de Mello Breyner Andresen " A Menina do Mar":

"Em Setembro veio o equinócio. Vieram as marés vivas, ventanias, nevoeiros, chuvas, temporais. As marés altas varriam a praia e subiam até à duna. Certa noite, as ondas gritaram tanto, uivaram tanto bateram e quebraram-se com tanta força na praia que, no seu quarto caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem dormir.

.....Mas por fim, cansado de escutar, adormeceu embalado pelo temporal."

Mas, aqui, no barlavento algarvio, o nosso Setembro continua calmo sem bravuras nem bravatas.

Tal como espuma de sabão escorregando por entre dedos molhados, assim o fim do verão se vai desfazendo por entre dias mornos e calmos.

Os abraços deste Sol cheio de luminosidade escandecente convidam-nos a que continuemos as nossas interrompidas conversas, sem fim nem nexo, enquanto nos passeamos por sobre as areias molhadas duma qualquer praia já semi-abandonada.


foto Benó

domingo, 20 de setembro de 2009

O mesmo modelo

O leixão da praia do Tonel foi o que escolhi para o PPP desta semana. Não deixem de dar uma espreitadela pois há fotos com muita qualidade e imaginação.

Aqui, o mesmo leixão visto de outro angulo. Sem o aspecto de cágado ou tartaruga, ou de outro qualquer animal que a nossa imaginação queira criar.
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O mesmo leixão num dia de tempestade.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Renovação

O verão convida à praia, ao convivio, às longas e banais conversas mantidas sob o manto estrelado deste lindo céu do sul.
Nos primeiros dias de Junho, começa a Vila a agitar-se com a chegada dos turistas vindos de outros países desejosos de descobrir um Allgarve diferente.
A pé, de bicicleta, de automóvel ou caravana eles inundam as nossas isoladas e pacatas praias "familiares". Querem encher-se de sol e iodo, e voltar sempre, todos os anos, usufruindo do calor deste astro rei que é REI na nossa terra bem colocada na ponta mais ocidental desta velha Europa.
Agosto é um "stress" para todos nós, acostumados ao sossego e pacatez deste nosso cantinho.

É, então, a invasão pelos nossos compatriotas que abandonam, por alguns dias, as fábricas, os escritórios, enfim, os locais onde fazem alguma coisa para pôr o pão na mesa. É vê-los chegar cansados, zangados com tudo e com todos, exigentes e implicativos, fartos da poluição, das refeições tomadas apressadamente de pé encostados ao balcão de um qualquer "snack", surdos aos pedidos das suas crianças, cegos perante as belezas escondidas nos caminhos dos seus percursos.

Chegam para carregar baterias.

O bulício do verão está a entrar em agonia; já se ouvem as despedidas.

Em breve, poderei voltar a assistir aos lindos pores-de-sol sentada nas rochas, naquele silêncio meditativo em que gosto de mergulhar nos momentos mágicos.