sábado, 31 de março de 2012

A beleza do lírio














Falei com ele, acariciei-o, adulei-o. Exaltei o azul impar das suas pétalas, todo o seu corpo e beleza. Enamorámo-nos e, por fim, fotografei-o.
Este é o primeiro lirio do Jardim.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Bocas que são goelas

O Jardim está encantado com este sol primaveril com uma intensidade de temperatura estival. Por isso,  em cada dia que passa vai oferecendo-me  coloridos diferentes, fragrancias mais ou menos intensas nas diversidade dos exemplares que passaram o frio inverno escondidos debaixo da terra    e agora estão prontos para eclodirem em toda a sua plenitude e beleza.
É o caso das goelas de lobo ou bocas de lobo, nas suas diversas cores e modos de apresentação: ora em grupos rasteiros ora eretos e muito densos.                                                                          


E os lírios que deixei enterrados no vaso dos amores-perfeitos e todos os dias estão mais adultos.

sexta-feira, 16 de março de 2012

SOMBRAS


Sombras sempre diferentes a cada momento.
Sombras.

Sombras disformes, alongadas, projetam-se em paralelo com o verde da esperanç,a no caminho da vida 
São a parte escura da realidade. Formam  imagens fantasiosas de fadas e duendes habitantes de jardins encantados ou cavaleiros e princesas protagonistas de lutas e duelos em que o bem vence sempre pisando a cabeça do dragão malvado.
Sombras são as fantasias da vida.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Espelho lodoso










Nas poças de água que se encontram nos caminhos do Jardim, há lodo no fundo,   

mas as árvores vêem-se na sua superfície como se dum espelho se tratasse e 

sacodem vaidosas a  cabeleira ramosa sendo-lhes indiferente a profundidade ou  

limpidez do charco. Somente lhes interessa a imagem superficial.



Com graça natural, agitas o cabelo solto sobre os ombros e com as mãos o esticas e 

prendes num elástico formando um farto rabo-de-cavalo no alto da 

cabeça que depois movimentas com a leveza e elegância duma nailarina.

E, como uma bailarina, rodopias sobre ti própria 

sorrindo satisfeita com a imagem que te é devolvida pelo espelho de vidro cujo 

fundo é negro, opaco, escuro. 

Só interessa o que vês na superfície -  brilho, luz – e

esqueces que, tal como as poças de água que na sua quietude conseguem ser 

transparente por cima, mas têm um fundo lodoso e sujo, assim é o vidro em que te 

olhas e que te mostra uma figura luminosa mas enganosa da tua realidade.