domingo, 28 de junho de 2015

Outono

 
 



 

 Rasgado o véu ilusório da juventude, despida de ilusões
Restam sonhos  tecidos em prateados fios, roupagens de folhas secas.



foto e texto de Benó

domingo, 21 de junho de 2015

Vem ver o mar













Ouves o mar?

Faço por aqui o meu caminhar.

Ao fundo, o seu verde reflete também o azul do céu.

Vês ao longe algumas nuvens brancas? Nada que impeça o sol de romper, de iluminar, de nos inundar.

Anda ver o mar!
Escuta-o. Fala com ele. Talvez ele te diga algumas novidades do seu viajar.

Anda comigo. Deixa o Jardim, por momentos.

Anda ver o mar.
Revoltado, agitado, é sempre diferente o seu marulhar.
Manso, calmo, terno, beija docemente as estrelas-do-mar.

Vem!
Anda ver o mar!

Anda e vem sonhar!

 

 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ambições




Voa alto! Ambiciona!

Passa para lá das nuvens. Pesquisa o desconhecido, estrelas, galáxias, cometas. Talvez encontres a tua lua ou quererás tu chegar ao Sol?

Não és Ícaro, eu sei, as tuas asas não são feitas de cera mas as leves penas que cobrem o teu corpo ardem facilmente, por isso, é conveniente escolheres acertadamente a direcção dos teus voos, as metas que pretendes alcançar.

Há muitos sóis espalhados pelos céus azuis da tua existência que podes agarrar e, com eles, criar luz própria sem te queimares.

As asas que te ajudam a voar longe, por paraísos desconhecidos, são braços que abraçam o mundo.

Não te percas.

Voa, voa alto mas não esqueças que és um simples pássaro neste mundo cheio de aves de rapina.   
 
 
foto e texto de Benó                                                                    

 

 

 

 



domingo, 14 de junho de 2015

Danças





A saltitar nas pequenas patas rosadas, batem e erguem as asas como num pré-levantar voo mas, mais parecem pequenas bailarinas de branco “tou-tou” num “pas de deux” ou de “trois”, executando belos movimentos de leveza e agilidade.

Não é uma dança de cortejamento ou de agradecimento mas, sim, uma dança de guerra, sonora, para afastar as presumíveis candidatas à refeição servida sobre o verde da fresca relva.
 
foto e texto de Benó


terça-feira, 2 de junho de 2015

Crianças.




Os risos andam no ar. Gargalhadas fazem-se ouvir e as mãos agitam-se  em brincadeiras de lançar os papagaios, em esburacar o chão para fazer as covinhas para o jogo do berlinde, em lançar o ringue, em saltar à corda.

Todos os dias, corridas, saltos, pulos, esconde e apanha, na rua, lugar de peleja, de zangas e de medir forças. Todos os dias eram  teus.

Brinquedos, tinha-los feitos por ti e recebias um carrinho ou uma boneca em alturas especiais, como no dia do teu aniversário ou no dia de Natal e a alegria era muita e as gargalhadas faziam-se ouvir. Todos os dias eram teus.

A mãe, o pai, os avós, os tios, os primos beijavam-te, acarinhavam-te, brincavam juntos, cada um à sua maneira. Havia gargalhadas no ar. Todos os dias eram teus.

Hoje, só há um dia que é teu. Porquê, criança? Quando tu és criança todos os dias!
 
 
 
Vamos jogar ao faz-de-conta e permitir que, neste dia, os adultos soltem a criança que vive aprisionada dentro de si e possam correr livremente pelos verdes campos, gritar aos pássaros, fazer carreirinhas nas frescas ondas, jogar ao berlinde e ver desenhos animados na TV. Brincar com vocês, as crianças que ainda o são na realidade em  todos os dias  que são vossos. Deixemos os adultos serem crianças no chamado Dia da Criança.

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