terça-feira, 26 de maio de 2015

Borboletas



 
 
Borboletas de finas asas esvoaçam à volta da luz hipnotizadas como num encantamento.
Rumo indefinido, antenas sem norte nem direção.
Rodopiam como numa ciranda, soltas, leves.
Não param na busca inconstante onde pousar.
Não encontram folha, galho ou fruto que as receba.
Pelo éter se movem num batimento de fragilidade.
A luz enlouquece-as e cansadas acabam por sucumbir. Inertes, tombam sem vida.
Borboletas de frágeis asas descoloridas jazem no chão, num adormecimento letal. Serão alimento de aves de asas brancas que o mar enviou.
 
 
 
foto e texto de Benó
 
 
 
 
 

4 comentários:

chica disse...

Triste vê-las no chão! Escreves muito bem! bjs,chica

Luma Rosa disse...

Vivem pouco, mas enquanto vivas sabem voar...

Graça Pires disse...

Que belo poema, amiga Benó. As borboletas são frágeis, sim. Mas dão tanto colorido aos nossos dias...
Um beijo.

luisa disse...

Cada ser cumpre o seu destino, segue a sua natureza.