sábado, 25 de maio de 2013

Nevoeiro

                                                                                            foto e texto de Benó
 
 
O nevoeiro espalhava-se, víamo-lo a estender preguiçosamente os seus braços para rapidamente engolir as charnecas, devorar estevas, rosmaninhos, rosas albardeiras, tojos, jóinas. Fauna e flora tudo desaparecia por dentro do abraço frio e húmido daquele visitante pesado e indesejado. As palmeiras do jardim da avenida sentiam-se apertadas naquela densidade pegajosa e pelas suas longas folhas inertes escorriam lágrimas penosas que só o vento as faria secar.

O palmeiral ansiava pela chegada do ventania fria e forte à qual já se habituara e que, rapidamente, poderia dissipar aquelas gotículas de água que tudo molhava e tornava cegos os olhos que não viam “um palmo à frente do nariz”.

3 comentários:

Anónimo disse...

Querida Benó
Que texto tão poético para descrever o nevoeiro!Tantas figuras de estilo: personificações,adjetivação rica,metáforas!
Eu sei bem como são manhãs de nevoeiro. A semana passada tive de fazer uma viagem e passei horas no aeroporto,porque os aviões levantavam,mas não aterravam.É que, literalmente,não se via «um palmo à frente do nariz».
Parabéns pelo seu magnífico texto.
Continuação de uma boa semana.
Beijinhos da
Beatriz
Blog - Vida e Pensamentos
http://pegadasdeanjo.blogspot.com

vieira calado disse...

Olá, amiga, como tem passado?
O tempo está atípico, creio que não seja bom para o seu Jardim de Abrolhos...

Beijinho para si!


BGM disse...

Boa tarde!

Gostei particularmente desta fotografia. E também achei o texto interessante.

O meu blog tem mais ou menos a mesma estrutura, se puder dê lá um saltinho.