O nevoeiro espalhava-se, víamo-lo a estender preguiçosamente
os seus braços para rapidamente engolir as charnecas, devorar estevas,
rosmaninhos, rosas albardeiras, tojos, jóinas. Fauna e flora tudo desaparecia por
dentro do abraço frio e húmido daquele visitante pesado e indesejado. As
palmeiras do jardim da avenida sentiam-se apertadas naquela densidade pegajosa
e pelas suas longas folhas inertes escorriam lágrimas penosas que só o vento as
faria secar.
O palmeiral ansiava pela chegada do ventania fria e forte à
qual já se habituara e que, rapidamente, poderia dissipar aquelas gotículas de
água que tudo molhava e tornava cegos os olhos que não viam “um palmo à frente
do nariz”.
3 comentários:
Querida Benó
Que texto tão poético para descrever o nevoeiro!Tantas figuras de estilo: personificações,adjetivação rica,metáforas!
Eu sei bem como são manhãs de nevoeiro. A semana passada tive de fazer uma viagem e passei horas no aeroporto,porque os aviões levantavam,mas não aterravam.É que, literalmente,não se via «um palmo à frente do nariz».
Parabéns pelo seu magnífico texto.
Continuação de uma boa semana.
Beijinhos da
Beatriz
Blog - Vida e Pensamentos
http://pegadasdeanjo.blogspot.com
Olá, amiga, como tem passado?
O tempo está atípico, creio que não seja bom para o seu Jardim de Abrolhos...
Beijinho para si!
Boa tarde!
Gostei particularmente desta fotografia. E também achei o texto interessante.
O meu blog tem mais ou menos a mesma estrutura, se puder dê lá um saltinho.
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