quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Gato Preto








Não apareceu para almoçar. Nem o barulho da colher na vasilha da refeição nem o chamamento-Bichano!!!!Bichano!!!!! Vem cá!-  traziam de volta o malandreco do gato preto da vizinha.

Pela tardinha, no crepúsculo do fim do dia, já com o sol a pintar o céu com as cores rosadas da sua paleta, ei-lo, o gato preto, o bichano ausente, a olhar para a dona com os olhos incandescentes como se fossem duas brasas, muito sossegado, mãos recolhidas, orelhas espetadas, bigodes hirsutos, ar de rufia. Estava colocado junto à chaminé, satisfeito com o calor que subia da cozinha e de onde tinha uma bela visão para os canteiros das flores. É bem possível que  necessite, esta noite, de levar um qualquer malmequer .

Haverá mais uma noitada pelos campos? Estes meses frios pedem aconchego.
 
foto e texto de Benó

3 comentários:

chica disse...

Que amor de história!!! Gostei! bjs, tudo de bom,chica

Miss Smile disse...

O gato da vizinho anda a fazer serenatas à noite? :)

Beijinho, Benó

Ana Freire disse...

Os gatos e o seu espírito livre e independente... muito donos das suas vontades... por isso se costuma dizer, que são os gatos que escolhem o dono... e não o contrário...
Adorei o texto, que casa muitíssimo bem com a imagem... fascinante, com aqueles desfoques, acrescentando mistério...
Bjs
Ana