domingo, 3 de julho de 2011

Numa tarde quente



O perfume adocicado dos aloendros.
O cantar estridente das cigarras.
O calor dos lagartos nas pedras do caminho.

Cheira a figos, a uvas.
Vindimas. Searas. Ceifas
Espigas e papoilas.

Mal me queres. Bem me queres
Muito, pouco, nada.
Recordações dum tempo passado.

Numa tarde quente
Os pássaros deixam o ninho.

Aqui, no Jardim d'abrolhos.

3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Belíssimo poema.
Conseguiste "fabricar" com as palavras a atmosfera de uma tarde muito quente...
Querida amiga Benó, boa semana.
Beijo.

Dulceh Franzen disse...

Ola Benó
Uma tarde quente ia me fazer muito bem, pois por aqui no sul do Brasil é inverno, e faz muito frio!
Bjinhos

O Profeta disse...

Moro no Palácio da ilusão…
Não sou Antero, não sou vil ladrão
Sou um poeta menor
Sou pena rasgando a palma da mão

Sou, serei demiurgo de uma comédia de enganos
Actor largado para lá do proscénio
Uma peça que sei ninguém entende
Um simples sonhador disfarçado de génio

Doce beijo