Sobre a areia, inerte e sem vida o despojo duma gaivota. Não
foi o mar que a levou mas foi o mar que a trouxe porque ela não lhe pertence. A
maré cheia ali a depositou no areal
dourado, frio e molhado. Enquanto ave voou pelo azul do céu, penetrou nas
nuvens, vogou na crista das ondas, mergulhou no verde oceano em busca de
alimento. Não sabemos se a sua vida chegou ao fim por imposição da própria vida
ou se, pelo contrário, motivos alheios à própria vida puseram um fim à sua vida.
Numa praia, em Sagres, numa manhã de inverno, uma gaivota
sem vida.
texto e fotos de Benó
3 comentários:
Lindas palavras e fotos ,mas a última, dá uma tristeza de ver,não? Pena! bjs, chica
Olá, Benó.
Quem é frequentador das praias, principalmente fora d'época, não raras vezes tem descobertas dessas. Infelizes descobertas, pela minha modesta maneira de ver, porque nos acostumamos a admirar os seus voos e não consideramos que, também elas, tenham fim. Incomoda-nos ver seu corpo desprovido de vida, desprovido do seu voar, de sua beleza e ali assim, tão desamparado.
bj amg
Há tempos, encontrei um pequeno golfinho morto, na Ericeira... nunca tinha visto, nem tocado em nenhum, assim tão próximo...
Um texto muito bonito, e tocante... e as imagens... não poderiam estar mais indicadas...
Beijinho
Ana
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