segunda-feira, 28 de março de 2016

Ninho


 
Gosto de ouvir o gloterar das cegonhas. Aquele som tão característico do bater dos bicos transporta-me aos meus tempos de menina. Todos os anos, o mesmo casal voltava para o seu ninho construído no torre da igreja para aí depositar os ovos e constituir mais uma família.

As cegonhas são monogâmicas e eu acabava por entabular conversa com as aves que eram sempre as mesmas, num tu cá tu lá, como se na realidade falássemos a mesma linguagem. Via-as, ora uma ora outra, a chocar os ovos donde saíriam os pequenos filhos e esperava ansiosamente o aparecimento das penugentas aves para com pulos e saltos bater palmas de satisfação. Acompanhava o seu desenvolvimento e ficava triste quando, chegado o fim do verão, pais e filhos partiam para outras zonas mais amenas, onde iriam passar o inverno. Os filhotes iriam constituir novas famílias, num outro local, possivelmente,  e eu ficava com a esperança de tornar a ver no ano seguinte as cegonhas minhas conhecidas, e bateria palmas novamente quando se desse o aparecimento das novas crias. Repetir-se-ia o mesmo ciclo da vida.
 
Hoje fotografei cegonhas e voltei a ser menina.
 
fotos e texto de Benó

3 comentários:

Graça Sampaio disse...

Que lindo!!! Adoro ver ninhos de cegonhas (e de qualquer ave...) Sou uma romântica, Benó...

Beijinhos

Ana Freire disse...

Que imagens lindas!... E adorei o texto... com aquele cunho muito pessoal... de confidência!...
Algumas cegonhas brancas, surgem ocasionalmente, aqui nos campos contíguos às traseiras da minha casa... e adoro vê-las...
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana

luisa disse...

Também gosto de ver e de fotografar as cegonhas. Conheço bem a da primeira foto. Vejo-a todos os dias. :)