Aqui começava a descida agora vedada pelas moitas, paus a servir de cancela e rede ovelheira.Quando crianças descíamos a ladeira, por um estreito carreiro irregular rasgado por regos cinzelados pelas chuvas dos invernos, faziamo-lo saltitando como num jogo de pé coxinho, ora à esquerda ora à direita.
Mais tarde, adolescentes, o mesmo percurso era feito de mão na mão, mais calmamente, pois as conversas obrigavam-nos a várias pausas para nos olharmos olhos nos olhos.
Quando a hora do regresso se impunha a subida era em modo rápido, com a ligeireza própria dos anos verdes que tínhamos e, sózinhos ou em grupo, queríamos sempre ser os primeiros a vencer a ladeira.
As crianças de agora já não descem por essa vertente. Foi-lhes negado o prazer de ir para a praia a correr e a saltar por um caminho natural onde se ouviam as cigarras e os grilos à desgarrada, onde se cheirava a esteva e rosmaninho.
Está vedado o acesso que há décadas usufruíamos, com rede e arames.
Limitemo-nos ao alcatroado.




Transparentes, douradas ou prateadas, cheias de água ou de cor são esguias e elegantes, caprichosas no deslizar. 
