De
setas apontadas às alturas existe um portão de ferro pintado de verde, cor da
esperança, fechado, sem chave nem cadeado, nem trinco, nem aldraba.
Ornado de
corações deixa ver o verde/amarelo das ervas que cobrem a terra castanha,
matriz das sementes que eclodirão em breve, com a chegada dos primeiros calores
que poderão entrar sem qualquer impedimento. Por ele e sobre ele, a chuva passa,
entra e sai só ou acompanhada pelo vento seu companheiro nestes dias. Também as
nuvens fazem-lhe um adeus rasante numa corrida louca empurradas pelos soprares
eólicos ou em mansos passeios e devaneios exibindo as suas formas inconstantes
e sensuais numa atrevida provocação feminina
É um portão
de ferro pintado de verde, sem história mas com muitas histórias para contar de
gentes passantes, visitas ocasionais, jovens
ou velhos que a ele se arrimam para um descanso das caminhadas ou dos anos que
já pesam nas pernas de quem muito percorreu e viveu.
texto e fotos de Benó
5 comentários:
Um portão aberto à liberdade...
Que belo texto, minha amiga.
Um beijo.
É um belo texto, Benó, que nos faz viajar, portão dentro, pelos campos sem fim da nossa imaginação!
Querida Benó
Nunca um portão se viu tão poeticamente descrito!
Lindas são as fotografias!
Pela beleza do texto, conseguimos atravessar as suas filas de ferro e voar bem alto!!!
Parabéns
Um beijinho
Beatriz
Boa tarde,
Lindo texto com criatividade, portão que guarda muitas historia, principalmente historias da liberdade com a passagem do vento.
Dia feliz
ag
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Já sentia saudades de ler palavras tão especiais na sua simplicidade, tão ricas de sensibilidade, palavras que nos deixam marcas da pele.
Foi um prazer conhecer este portão verde!
Beijos.
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