Formavam uma unidade como se fossem vários corpos unidos num
abraço infinito, indestrutível. Caminhavam vagarosamente saboreando as delícias
de estarem juntas, puxadas pelos cavalos alados invisíveis ao fim da tarde.
Repentinamente, do que parecia uno, um bocado soltou-se e com
o rubor próprio de quem sai dos braços dum amante fogoso, foge, corre e espera
ser apanhado para, novamente num abraço já nocturno se ligarem e tornarem a
fundir num corpo só.
Nuvens apaixonadas em alegres passeatas sobre este espelho líquido onde se olham e pavoneiam.
fotos e texto de Benó