segunda-feira, 16 de março de 2015

A árvore

 
 
O cinzento outono me desfolhou. O frio inverno me lavou com as suas águas ora brandas ora tempestuosas.
Sinto-me nua e começo a sentir nos meus braços os beijos mornos da primavera a chegar, sem calor. Ergo-os numa súplica aos céus para que as águas regressem e encham os campos e as lagoas novamente de vida.
Espero as aves primaveris, quero ouvir o seu chilreio nos meus ramos que aos poucos se vão vestindo de verde, quero ver as acrobacias dos seus voos rasantes quando refrescam o bico nas águas que estão a meus pés e me servem de espelho.
A água está parda e eu ainda nua tremo de frio.
Espero o calor doce dos beijos da primavera.

3 comentários:

Graça Sampaio disse...

Esperamos todos nós.... Um texto simplesmente amoroso.

Beijinhos primaveris.

Majo disse...

~
Como ela, também eu anseio dias calorosos...

~ ~ Seguramente, voltará ao seu esplendor...

~ ~ ~ Lindo, Benó. ~ ~ ~

~~~Abraço amigo.~~~
~~~~~~~~~~~~

Graça Pires disse...

Este desejo da árvore, que se repete ano após ano, confunde-se com os desejos de todos nós...
Um beijo, Benó.