Nos calmos silêncios em que me mexo, persigo a tua sombra,
abraço-a.
Volátil como um fumo opiáceo, pairo suspensa entre o sonho e
a realidade. Igual a uma marioneta comandada por cordéis, ergo os braços, tombo
a cabeça vencida por recordações, escuto os risos e as fanfarras dos palhaços .
À noite, o vento, meu companheiro nos passeios ao luar,
acompanha-me, envolve-me, traz-me o marulhar das ondas incertas e o odor perfumado
da maresia.
Tento escrever mas as letras que imprimo são como areia nas
dunas da praia, inconstantes, sombras fugidias entre os dedos.
É urgente parar o vento.
Soltar os cordéis. Viver.
6 comentários:
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~ ~ ~ Solta os cordéis e vive, Benó. ~ ~
~ ~ Eu que preciso fazer o mesmo! ~ ~
~ ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~ ~
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Há uma força, uma vontade própria a lutar dentro dessa marioneta.
Força, Benó! É preciso estar vivo até ao fim!!
Querida Benó
Que bem define o tempo que por aí tem feito! Principalmente o vento que tem soprado!
A fotografia é maravilhosa e a sua forma de ser e estar, de redigir, de transmitir o que lhe vai na alma...são sublimes.Obrigada. A sua escrita é um mimo para quem a lê.
Bom fim de semana.
Um beijinho
Beatriz
Parar o vento. Soltar os cordéis. Esta ideia de uma vontade forte de viver é fantástica...
Beijo, amiga Benó.
Tempo e areia. Os dois se escoam tão facilmente! Mas não as suas palavras, Benó!
Beijinho
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