Raízes, nuas, descarnadas, torcidas e retorcidas. Agarram-se
à terra e dela tiram o suco necessário para a sobrevivência do seu corpo.
Não lhes importa o sol escaldante ou a chuva impiedosa. Têm
o mundo debaixo de si.
O seu tronco grosso, suporte de ramos e folhas, abrigo
noturno dos seres alados, tem, em si, gravados por namorados apaixonados, o nome dele e dela, metidos em corações atravessados
pelas setas de Cupido.
Lembranças efémeras de amores que não chegam a adultos, que
nasceram para durar pouco.
Mas as raízes continuarão pegadas à terra
alimentando aquele corpo já velho e indiferente aos amores e desamores de quem
goza da sua sombra e corta sem dó a sua pele rugosa.
foto e texto de Benó
1 comentário:
Lindas palavras pra elevar a alma! Muito obrigada por compartilhar!
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