segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
O KING
A neve começou por aparecer nas pestanas que embelezavam os teus olhos meigos de caçador de aguda visão. Depois salpicou as barbas da tua boca que sabia, com delicadeza e cuidado, trazer-me um brinquedo de peluche ou levares ao dono a peça de caça abatida..
As tuas presas fortes e esmagadoras foram-se gastando e deixaram de exercer a sua função destruidora.
As barbas brancas davam-te um aspecto envelhecido, é verdade, mas ainda tinhas energia suficiente para correres atrás dos pardais que agora já podem vir comer sossegados as migalhas do pequeno almoço.
Recordo, quando foste atropelado e operado à perna, trazias na cabeça o capacete de plástico, que mais parecia um abajur dum qualquer candeeiro, para não estragares a incisão que tinhas na perna devido à cirurgia. Davas cabeçadas nas pernas das mesas e das cadeiras e tinhas um ar infeliz. O susto que nós apanhámos.
A relva do jardim vai crescer sem buracos e os melros podem vir apanhar minhocas
Espero que os ratos não saibam da tua ausência.
Nos vamos sentir a tua falta neste jardim, agora mais só..
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3 comentários:
Lindo texto Benó e reflecte bem como era o teu cão, sempre afável e simpático. Mas a vida é assim: tudo acaba....
É impressionante como a morte de um cão nos deixa um vazio. Anos depois, por vezes ainda espero que o meu cão surja na esquina para me receber quando chego a casa...
Beijo, querida amiga.
Olá Benó.
Percebo a falta agora que tenho uma gatinha que nos adotou há cerca de 1 ano quando era ainda bébé.
Os animais entram na nossa vida e quando partem deixam, com a sua ausência, um vazio na nossa existência.
São dedicados e nós dedicamo-nos a eles.Mas a vida é assim. Que remédio temos senão passar sem o que nos é querido quando chega a hora.
Abraço
Teresa
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