
Forte, ripado, ondulado,
ora aberto, ora fechado,
protetor e divisor
eis o portão do meu jardim.
Todos o ignoram e não o vêm.
Saltam por cima ou de empurrão
afastam-no, transpõem-no.
Seguem o seu caminho.
Correm e escondem-se
Sem dó nem compaixão
Batem-no, maltratam-no
Tem um fecho que o segura
Que o obriga a estar fechado
Não serve de nada, coitado
É pequenote de altura.
Trás, catrapás,
Bate na parede ou no vaso
Vai à frente, volta atrás
Abre-se de qualquer maneira
São os rapazes ou o vento, tanto faz.
Não vai chegar a velho
o meu portão de madeira
Aqui, no Jardim d'abrolhos