segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Setembro



Quando o meu corpo arde no calor do Setembro  devagar, calmamente, mergulho nas águas frias que me causam arrepios e deixo-me envolver nesse abraço molhado para logo emergir  refrescada, todo o corpo perolado de água que sabe a sal; pernas bambas, braços pendentes.

Acalmada, assim, dos últimos calores estivais, sinto que o meu corpo pede descanso e molemente me espreguiço e alongo pelas douradas areias.

Tão indolente me encontro que, por momentos, a vida para, as horas são eternas, a maré escoa, o sol aquece neste fim de tarde, neste fim de Setembro.

Esqueço quem sou ou onde estou.

Não  sinto nem pressinto a vida que passa.

Flutuo no éter nestas horas do entardecer.

Acontecendo em Setembro.

foto e texto de Benó

6 comentários:

Graça Pires disse...

Um texto admirável, amiga Benó. Setembro foi inspirador...
Já tinha saudades de passar por aqui. Uma boa semana.
Beijos.

Fê blue bird disse...

Deixei-me levar pela magia outonal das suas palavras e mergulhei também nesse seu mar de poesia.

Brilhante este seu texto poético.

Um beijinho amiga Benó.

luisa disse...

Muito bonito, Benó!

[e outubro não lhe está a ficar atrás...:)]

Ana Freire disse...

Um Setembro... que este ano, pelo menos por aqui... teve o mesmo sabor dos melhores dias de um Julho ou de um Agosto... com as alterações climáticas que se fazem sentir, todas as estações do ano, andam completamente descaracterizadas...
Uma lindíssima descrição de Setembro... adorei o seu texto!
Bom tê-la de volta, Benó!
Beijinhos! Boa semana!
Ana

Justine disse...

Que bem-aventurança, Benó, e que bem a descreves! Os dias esfriam, mas para o ano há mais!

Graça Sampaio disse...

Que lindo, Benó! E só agora, em Outubro, aqui venho ter! Se bem que este Outubro ainda cheire muito a Setembro...

Beijinhos.