foto da net/Jacek Yerka
Esqueci, por momentos, a crise económica, as noticias tablóides dos jornais, fechei os ouvidos aos serviços informativos e fui dar largas aos meus dotes de cozinheira pronta a utilizar, sem necessidade de apertar o cinto, quantidades q.b.dos ingredientes principais para o prato que tinha em mente.
Fui à despensa dos meus sentires e verifiquei que as prateleiras estavam um pouco vazias.
Não havia lágrimas, nem tristezas, as saudades também tinham acabado, ainda encontrei um bocadinho de ciúme, coisa pouca mas que não iria utilizar.
Iras, raivas, invejas, ódios nunca fizeram parte das existências do meu cabaz.
Mas estavam lá, os ingredientes necessários para levar a bom termo a refeição que desejava oferecer-te.
Assim, peguei num pacote de sonhos e mergulhei-os na água fervente dos meus desejos, pus muitos quereres e alguns devaneios. Mexi com cuidado e acrescentei uma mão cheia de sorrisos, outra de abraços e uma chávena repleta, a transbordar, de alegria e outra de felicidade. Ficou a apurar no picante da teimosia.
Provei, mas faltava o tempero principal que, propositadamente, deixei para que fosses tu a incluí-lo na medida exacta do nosso paladar: O AMOR.
Irei servi-lo, na relva, sobre uma toalha bem colorida, aqui no Jardim.
4 comentários:
Muito bonito. E bem escrito, como sempre.
Beijinho.
Olá Benó!
Embora a visite nem sempre comento, mas desta vez esta receita buliu demasiado comigo para não partilhar dos seus gostos e paladares.
Vou copiar para servir na minmha relva no meu jardim.
Abraço e beijinho
Não tenho grande disponibilidade de tempo, há muito que aqui não vinha e logo hoje encontro este texto tão original.
Bela receita, agradável escrita.
Boa semana.
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