segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Stress do Verão


Somos um PAÍS de marinheiros, de agricultores, de pescadores, de poetas realistas e de poetas NEFELIBATAS, de gente simpática, acolhedora e acomodada vivendo normalmente no OSTRACISMO de quem se encontra geograficamente situado na ponta mais ocidental deste velho continente, com o mar como vizinho.

Por esta altura do ano, nós, habitantes do sul, vemo-nos INUNDAR por uma onda de gente que chega “a todo o VAPOR”, de automóvel, de comboio, de bicicleta, de pé descalço e mochila às costas, mas todos mostrando no rosto o “stress” habitual de quem vive nos grandes centros urbanos. Se os olharmos com alguma atenção poderemos vê-los tão enrolados sobre si próprios, tão apertados pelo seus problemas, sem ponta por onde lhes pegar, que até nos parecem o CASULO dos bichos da seda.

Nos primeiros dias andam num MOVIMENTO constante por este espaço, anteriormente tão sossegado, que nem se sentam para tomar uma “bica” ou um refresco, tal é a agitação desta gente da cidade.
Sòmente, à noite, ao LUAR, será possível vê-los numa calma CONVERSA, deitados na praia, na horizontal a olhar o firmamento ou de pé, na VERTICAL, junto ao balcão dum calmo bar, possivelmente, a discutir os infindáveis VARIÁVEIS desta crise que nos atormenta
É assim o INFERNO do verão!




Este foi o artigo escrito para o 5º jogo das 12 palavras que será publicado no livro a sair brevemente, intitulado "22 Olhares sobre 12 Palavras" .
Mais textos poderão ser lidos aqui.

Com imagens tiradas da net

12 comentários:

Justine disse...

O texto fica ainda mais expressivo com as fotos!
Pena o livro não as ter...
Beijo

Espaço do João disse...

Querida Benó.
O caso de se chamar Loendreiro, nada tem a ver com o Alandroal, terra Alentejana. Esta planta ou arbusto que, chega a atingir o tamanho duma árvore, é altamente venenosa. Há em diversas cores. Um Grama de sua seiva, é capaz de matar mais de uma pessoa.Conta-se uma lenda em que certo rei queria ter o melhor e, mais bonito jardim. Encontrou um jardineiro que se propôs e, qual não foi seu espanto que no outro dia estava o dito jardineiro com um frasco de mel e, um ramo de loendreiro em flor. Espantado o rei perguntou onde estavam as outras flores e, ele respondeu que estavam dentro do frasco, pois aquelas flores de loendreiro só os piolhos verdes é que habitavam nela. Na verdade , ainda não vi pousado nelas nem pássaros nem outros insectos a não ser piolhos verdes. Daí a acreditar. No entanto sua seiva é utilizada químicamente para extrair a tintura de cevadilha, com que se exterminavam antigamente os chamados piolhos de púbis. Hoje esse producto está retirado do mercado. Beijos João

Nilson Barcelli disse...

Não me tinha apercebido que tinhas escrito um segundo texto.
O que disse no outro blogue acerca do primeiro, é inteiramente válido para este.
Apesar do ostracismo...

Abraço.

Å®t Øf £övë disse...

Benó,
Está fantástico o realismo com que fazes este retrato do que é o Verão em férias. Na verdade as pessoas da cidade demoram demasiado tempo a adoptarem o ritmo de férias, e finalmente quando o conseguem fazer, as férias acabaram, e há que voltar ao ritmo frenético das grandes cidades, e do dia-a-dia.
Bjs.

O Profeta disse...

Errantes sentires percorrem
Este corpo nu de calor
Queda-se a vontade ao vento
Neste deserto de verde amor

Ai este grito contido
É lava rubra em minha garganta
Pio de pássaro preso às penas
Uma reza a fugir de alma santa


Boas férias


Mágico beijo

literatura disse...

Olá amiga Benó!
Obrigado pela sua visita. Hoje passei por o seu Jardim, olhei e li a sua postagem, que achei muito interessante. Ela é um retrato fiel da maioria das pessoas que no Verão, especialmente, descem até ao extremo sul do nosso Portugal.
Votos de continuação de boas postagens.
Um abraço.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querida Benó, belo texto grandes verdades, beijinhos de carinho,
Fernandinha

Vanuza Pantaleão disse...

Oi, Benó!
Adorei seu jardim, será que gostarás do meu?
Olha, você conhece o verão do Brasil? Não há quem aguente!
Meu afeto!

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querida Benó, voltei para reler-te e deixar-te muitos beijinhos de carinho,
Fernandinha

O Profeta disse...

Uma rosa breve
Uma hortênsia de alva cor
A terra molhada pelo sereno
Nos celeste paira um Açor

A madeira verde, a dança do fogo
O embalo do loureiro no vento, o alecrim
Um ribeiro de inquietas águas
Levam o perfume das mágoas em viagem sem fim


Convido-te a sentir a minha paleta de aromas


Mágico beijo

literatura disse...

Olá amiga Benó!
Vim visitá-la e reler as suas postagens. Ao mesmo tempo desejar-lhe bom trabalho e bom fim de semana.

Um abraço Amigo

O Profeta disse...

Fecham-se as janelas de poente
Acenderam-se os luzeiros no céu
A cidade desperta para o arraial
Uma noiva procura o perdido véu

Os acordes da Banda no Coreto
Uma tuba marca o compasso
O clarinete dança na calmaria
O Maestro solta gestos no espaço



Bom fim de semana



Mágico beijo