Uma só cor.
Não há mar não há céu.
Numa simbiose etérea há só um elemento.
Não há horizonte.
Não há verde nem azul. Só cinzento.
Os olhos mergulham para lá do nada infinitamente vazio.
A bruma envolve os barcos sem norte, de velas caídas ao longo dos mastros.

O silêncio abafa o ruído dos motores dos barcos que regressam da pesca com os porões cheios de cinzento e prata.
O sol aparecerá daqui a pouco devolvendo as cores à manhã.
Começa a vida no cais e entre a oferta e a procura, ouvem-se as gaivotas, espectadoras desta faina, que em voos rasantes conseguem uma ou outra sardinha atirada para a água pelos amigos pescadores.
Eles sabem como é difícil obter alimento no mar
fotos e texto de Benó.