Tinha a CORAGEM necessária para enfrentar todos os mares alterosos, raivosos, medonhos, habitados por gigantes que seriam o temor de qualquer pescador mas não dele.
Na SIMPLICIDADE de homem do mar passava as suas horas de folga a TECER as malhas da rede que seria lançada pelos braços fortes dos seus camaradas, para a captura do peixe que, em PARTILHA igual renderia o mísero sustento de todos.
No vai-vem da agulha de emalhar sonhava com o AMOR da mulher que estava em casa, sempre fiel e à sua espera, para o cobrir de beijos, tal como o BEIJA-FLOR fazia todas as primaveras quando visitava a roseira vermelha plantada por si, junto da janela da cozinha.
No seu sonho de homem do mar apaixonado, havia o desejo de ser poeta.
Gostaria de fazer versos, talvez sonetos como o Camões ou ODE(s) que ele, na VERDADE, não sabia muito bem como era, mas lembrava-se de ter ouvido a professora falar qualquer coisa sobre isso nas aulas nocturnas.
Também sonhava ter uma FLAUTA para tocar nas noites de Inverno durante o defeso, para não ouvir o vento zunir nas frinchas das portas como uma MALDIÇÃO.
Faria lindas músicas e versos que falassem do amor para a mulher cantar, naquela voz doce que só ela tinha.
O chamamento do mestre da tripulação despertou-o do devaneio em que se encontrava. Era a hora da refeição e como não tinha havido captura de pescado, iriam comer as VITUALHAS que sempre existiam a bordo para suprir as falhas do mar.
Isto não era sonho mas a realidade dum pescador sem pesca.
12ºjogo das 12 palavras. Outras leituras aqui