
Vinda do fundo do nosso sentir, creio que TODOS NÓS, em determinado momento, somos tocados por uma sensação estranha que nos faz ver as coisas duma maneira especial e diferente. Até alguns objectos que sempre estiveram no mesmo lugar mas que naquele momento, naquela hora especial, aparecem-nos como se fossem algo extraordinário que nunca tivéssemos observado.
Há instantes do meu dia-a-dia em que sinto que o meu viver é qualquer coisa especial e a vida uma dádiva tão importante, que sou incapaz de colher uma flor ou aniquilar um insecto mesmo que esteja a molestar-me.
Passei há dias por uma azinhaga, trajecto habitual nas minhas caminhadas, quando me senti atraída por uma cor amarela que tinha ficado para trás e me estava a chamar a atenção.

Uma piteira que tinha nascido por ali, cresceu, desenvolveu-se e floriu sem que eu me apercebesse da sua existência. Porém, naquela exacta fracção de tempo em que eu, mais uma vez, por ali passava, a planta desenvolveu um magnetismo tal, como se sinos tocassem em uníssono para despertar a minha atenção em letargia colocada, e os meus sentidos vibraram e obrigaram-me a um recuo para a admirar, tal tinha sido a sua vontade.
Por acaso, levava comigo, a máquina que me deixou captar estas imagens.
Deixo-vos, então, com a beleza das flores desta piteira que soube tocar a minha sensibilidade para a fotografar e, assim, poder dá-la a conhecer a este mundo fantástico da blogoesfera.

Em breve, os frutos espinhosos, irão deliciar algum caminhante que se atreva a colhê-los.