A manhã
acorda cinzenta com uma certa humidade no ar que o sol oculto pelo manto de
nuvens espessas não consegue secar. Os turistas passeiam-se pelas ruas da vila,
já que ir para a praia está impensável nessas primeiras horas matinais. É o
comércio local que beneficia com estas caretas do tempo. As lojas de
lembranças, principalmente, mostram bastante movimento em entradas e saídas de
gente feminina de longas pernas morenas enfiadas em reduzidos calções ou cobertas com saias rodadas
e compridas como, antigamente, só a etnia cigana usava.
Nos cafés e
esplanadas aguarda-se que o sol volte a brilhar para se desfrutar de mais uns
momentos de bronzeamento e algumas braçadas na água fresca do oceano que nos
beija.
Mas há uma loja pequenina, uma capelista, situada na
principal rua da vila que atrai a minha atenção. Vende linhas, botões, gregas e
fitas de cetim; agulhas de tricô, de croché, de coser; novelos de lã, de
algodão, de trapilho; quadrilé para
bordar, panos de loiça enfeitados com picôs nas bainhas, botinhas de bebé.
Noto com
satisfação que ainda há pessoas que gostam de fazer estes trabalhos de mãos e
que, mesmo entre os turistas, poderemos encontrar uma avó, uma tia ou mãe jovem que
acompanha a família nas suas férias algarvias e sabe e gosta de usar as agulhas e os
novelos.
Perpassa
pela minha lembrança certo grupo de senhoras que à mesa do café com esplanada
protegida do vento norte, nos idos anos 60/70, passava a tarde a crochetar e a
conversar trocando ideias sobre determinados pontos para cachecóis ou naperons
enquanto os maridos se entretinham na pesca à linha.
fotos e texto de Benó
11 comentários:
Sempre tão bom te ler e esses trabalhos manuais fazem bem pra ocupar mãos e aliviar mentes. bjs, chica
Por aqui também o tempo tem andado aziago. Que o digam os meus ossos que não param de reclamar.
Um abraço e bom fim de semana
Trabalhos manuais. Há pessoas que são tão talentosas. Eu gosto das coisas feitas à mão. Foi bom lê-la minha Amiga e ver as coisas que viu nessa capelista...
Um bom fim de semana.
Beijos.
Felizmente que há sempre gente que não abdica dos trabalhinhos feitos à mão dos tempos da nossa juventude e não só, de modo que assim essas artes nunca morrerão.
Quanto aos últimos dias de Junho, mais vale esquecer, pois a "nortada" parecia ter vindo para ficar...felizmente o 1º Domingo de Julho trouxe a calmaria.
Foi um prazer ler os seus escritos, como é hábito!
Um beijinho.
A reportagem do dia cinzento está excelente, Benó! És uma óptima jornalista:))))
E também me lembro bem dessas tertúlias de café à volta dos trabalhos manuais das mães, tias e amigas delas - e nós, jovens mulheres, a deitarmos o olho para outros lados!!!!
Um abracinho
Uma atividades que ainda não caiu totalmente en desuso e que continua a atrair o turismo, pelo que parece.
Abraço
E é tão relaxante fazer assim uns trabalhinhos de mãos desses de vez em quando! :) Eu gosto.
Beijinhos
Gosto imenso de apreciar, estes trabalhos artesanais, e no Verão, com mais tempo, até visito algumas feiras e mostras destes trabalhos...
Um texto muito bonito, Benó... como é sempre habitual, por aqui...
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana
Benó, minha Amiga, espero que esteja bem e que volte depressa.
Uma boa semana.
Um beijo.
Querida Benó
Recordando tempos idos, enquanto observa o que se passa na sua vila, tão turística e bela!
Gostei muito das fotografias que publicou.
Também eu, com melhor visão, gostava muito de passar umas horas a fazer tricot ou crochet!
Bom fim de semana.
Um beijinho
Beatriz
Passando neste cantinho, do qual já tinha saudades... e deixando um beijinho... bem como os meus votos, de que tudo esteja bem aí desse lado...
Ana
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