quarta-feira, 2 de março de 2016

Gaivotas na rampa


À tardinha, na rampa do cais que os homens do mar usam para varar os barcos que ficam em terra para reparação ou, simplesmente, para aí ficarem nos meses de invernia, as gaivotas gozam o calor dos últimos raios de sol deste dia de inverno.
De quando em vez, como se estivessem numa brincadeira, dão pequenas corridas atrás umas das outras mas, sobretudo, gostam de descansar junto à babugem  escondendo as patas com o seu corpo fofo de penas e fechando os olhos para melhor sentirem o abraço morno do dia que se despede. Assim,conseguem transmitir-nos um sentir de preguiça, de lassidão compatível com as horas mortiças destes fins de tarde, em que os barcos já partiram para a faina da pesca e as horas pararam, no cais.
 
Gosto de as ver levantar voo, elegantemente. Mas, preguiçosas e sem medo, só depois dum forte bater de palmas e de alguma algazarra propositada, elas se erguem num voo lânguido e vagaroso, rumo às nuvens que começam a acastelar-se por sobre as ilhas do Martinhal ou então, abrem as asas e saltitam para mudar de lugar não demonstrando qualquer receio.
Estas são as gaivotas pardas habitantes do cais da Baleeira.
 
Texto e foto de Benó
 
 

5 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Um texto muito bonito amiga. ÀS vezes fico aqui na varanda observando as gaivotas.
Um abraço

chica disse...

Muito lindas as palavras e as fotos! Adorei! bjs, chica

Graça Pires disse...

Que belo texto, minha amiga Benó. Também gosto muito de observar as gaivotas, o que é muito inspirador...
Um beijo.

Unknown disse...

Olá, Benó.

Que lindo poetar no olhar sobre as gaivotas. Também eu as amo.
bj amg

Ana Freire disse...

Um belíssimo texto... lindamente traduzido em imagens... numa simbiose perfeita!...
Adorei!
Beijinhos!
Ana