domingo, 4 de outubro de 2015

Uma tarde


 

O vento a acariciar as águas calmas do porto de abrigo provoca-lhe arrepios indisfarçáveis. Os barcos mesmo ancorados tremem e agitam-se na tarde serena de outubro. Ao longe, no fim do paredão, o pequeno farol ficará acordado toda a noite na sua função de avisar quem entra e quem sai.
Junto a si, nas pedras submersas onde se apoia, fervilha vida, noite e dia. Sempre.

Os jovens namorados procuram a protecção da sua sombra para se acariciarem na provocação de arrepios e ternuras pela primeira vez sentidas.
Sempre igual e sempre diferente esta água que se agita, treme, nos refresca, nos dá o alimenta mas, também, é madrasta e nos engole.

A deambular pelo cais nas horas quietas duma tarde outonal.
 
foto e texto de Benó

8 comentários:

Catarina disse...

Bonito texto. Onde fica este cais?

Miss Smile disse...

Que bela deambulação que deu origem a um texto tão sentido e bonito. Senti uma nostalgia outonal, mas agradável ao lê-la.

Um beijinho, Benó

Elvira Carvalho disse...

Um texto muito bonito.
Um abraço e uma boa semana

Beatriz Bragança disse...

Querida Benó
Esse passeio foi muito inspirador!
Como aprecio a sua forma de narrar o que se passa à sua volta!
Desperta sempre no leitor uma vontade de continuar a ler! Obrigada.
Um beijinho
Beatriz
VIDA E PENSAMENTOS

Graça Sampaio disse...

Bela descrição, Benó!
Transmite uma calma, uma paz, uma harmonia que só o mar, quando quer, consegue dar.

Beijinhos

Maré Viva disse...

Ai Benó...como gosto de a ler!
Como nos aquecem e pacificam, as palavras!
Um abraço.

Graça Pires disse...

Um texto excelente, de quem sabe deambular pela Natureza e pelas palavras.
Um beijo, amiga, Benó.

Ana Freire disse...

Excelente texto, sobre este mar... que umas vez une... outras vezes separa...
Gostei muito!
Beijinho
Ana