sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Marioneta









Nos calmos silêncios em que me mexo, persigo a tua sombra, abraço-a.
Volátil como um fumo opiáceo, pairo suspensa entre o sonho e a realidade. Igual a uma marioneta comandada por cordéis, ergo os braços, tombo a cabeça vencida por recordações, escuto os risos e as fanfarras dos palhaços .

À noite, o vento, meu companheiro nos passeios ao luar, acompanha-me, envolve-me, traz-me o marulhar das ondas incertas e o odor perfumado da maresia.
Tento escrever mas as letras que imprimo são como areia nas dunas da praia, inconstantes, sombras fugidias entre os dedos.

É urgente parar o vento.
Soltar os cordéis.
Viver.

6 comentários:

Majo disse...

~
~ ~ ~ Solta os cordéis e vive, Benó. ~ ~

~ ~ Eu que preciso fazer o mesmo! ~ ~

~ ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~ ~
~ ~ ~

luisa disse...

Há uma força, uma vontade própria a lutar dentro dessa marioneta.

Justine disse...

Força, Benó! É preciso estar vivo até ao fim!!

Beatriz Bragança disse...

Querida Benó
Que bem define o tempo que por aí tem feito! Principalmente o vento que tem soprado!
A fotografia é maravilhosa e a sua forma de ser e estar, de redigir, de transmitir o que lhe vai na alma...são sublimes.Obrigada. A sua escrita é um mimo para quem a lê.
Bom fim de semana.
Um beijinho
Beatriz

Graça Pires disse...

Parar o vento. Soltar os cordéis. Esta ideia de uma vontade forte de viver é fantástica...
Beijo, amiga Benó.

manuela barroso disse...


Tempo e areia. Os dois se escoam tão facilmente! Mas não as suas palavras, Benó!
Beijinho